O LOBISOMEM - O SEQUESTRO

SEXTA - FEIRA,

30 OUTUBRO

Eu precisava ter a confirmação das minhas suspeitas, resolvi procurar pelo Daniel.

Passei o resto do dia anterior arquitetando uma maneira de descobrir se Daniel era o tio do Ralph sem que ele percebesse.

Depois de ter bolado todo o plano fui à cafeteria em buscas de respostas para o meu questionamento.

Como Daniel morava nos fundos do estabelecimento mandei uma mensagem pra ele para informar que eu estava do lado de fora o aguardando.

​Minutos depois Daniel apareceu, a aparência dele estava igual a do Ralph, cansado com olheiras, o cabelo em desalinho no bíceps do braço esquerdo uma atadura para cobrir um ferimento profundo.

Pensei que poderia ter sido Ralph e ele enquanto brigavam na noite anterior.

Daniel estava surpreso por eu estar lá no final de semana.

Tentava não transparecer para mim que estava preocupado com algo, porém quando eu perguntei a ele o que havia sido aquele ferimento no braço dele.

Mesmo tentando esconder a verdade que, eu já sabia.

Ele falou quase inaudível.

— Sem querer eu me cortei ontem à noite. Eu estava cortando alguns galhos da árvore que tem no quintal, me desequilibrei de cima da escada e caí furando. Graças a Deus não foi tão grave.

O notei tenso enquanto me relatava a suposta situação.

Sem querer tomar muito o tempo dele nem mesmo o meu.

Contei a ele o que eu queria fazer e quais eram as minhas intenções, ao mencionar um segundo lobisomem na cidade e que vivia entre as pessoas como um homem normal.

​Percebi que ele ficou desconfiado e ficou ainda mais ao ver sua foto jovem.

Perguntei se era ele o tio do Ralph e ele disse que não, que ele não tinha sobrinhos da mesma idade que eu ou próximo.

Todas as suas irmãs tinham tido filhos mais que eram todos ainda jovens.

​Pedi desculpas pelas perguntas intrometidas, ao me levantar para ir embora, olhei fixo nos olhos dele que percebeu que eu queria olhar no fundo dos olhos, Daniel disse que não estava se sentindo bem e que precisava descansar um pouco.

Já na porta, virei para trás e perguntei:

— Você poderia me ajudar a descobrir quem é esse outro monstro? Não sei por que sinto que posso confiar em você Daniel e também eu estou me sentindo atraído pelo Ralph mesmo sendo em tão poucos dias, dentro daquela fera que habita nele existe um homem solitário que só precisa de alguém que o compreenda e o ame do jeito que ele é.

Sem esperar por respostas, fechei a porta e fui embora.

Cheguei a minha casa, comecei a fazer pesquisas sobre o Daniel, afinal ele era muito conhecido na cidade.

Seu jeito empreendedor lhe fez logo ficar muito conhecido pela forma que ele começou o seu negócio se estabilizando rapidamente.

​Antes de eu ir para casa, resolvi ir à colina do alto da cidade, lá eu conseguia pensar melhor sempre que precisava tomar alguma decisão ficava sentado sobre a gigante pedra que dava para ver toda a cidade lá do alto.

A lua aparecia por trás das nuvens quando cheguei à colina.

Estacionei a moto perto de uma árvore e sentei na pedra.

​A lua cheia saia lentamente por trás das nuvens no céu negro estrelado.

Com as pernas cruzadas eu sentia a brisa do vento que percorria.

Fechei os olhos para poder pensar em tudo o que aconteceu durante todos esses dias quando de repente senti um golpe na cabeça.

​Abri os olhos, só conseguia enxergar uma luz natural que parecia ser da lua.

Tentei me mover, minhas mãos estavam presas para cima minhas pernas estavam acorrentadas e separadas dificultando os meus movimentos.

​Parecia que eu estava em uma caverna, o um forte cheiro que eu não conseguia identificar direito fazia meu nariz arder.

Percebi que estava nu deitado em algo que era duro e identifiquei ser uma grande pedra.

​Deitei a cabeça para trás um pouco e vi os olhos vermelhos do lobisomem que não era o Ralph.

Tentei gritar mais ele bateu com muita força em meu rosto me arranhando e devido à dor, desmaiei novamente.

Continua...

Esta é uma obra de ficção baseada na livre criação artística com compromisso com a realidade.

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