A VINGANÇA DO MASCARADO Final
- Erick Contos Gays

- 31 de out. de 2022
- 9 min de leitura
Atualizado: 6 de ago. de 2024

Domingo 30 de Outubro de 2022
Com a ida abrupta de Alfredo da minha casa, fiquei apreensivo, não sabia o que ele seria capaz de fazer, afinal eu tinha confessado um crime de 22 anos e, que nunca foi descoberto, cada movimento na rua ou barulho me tremendo dentro de casa achando que a policia viria atrás de mim para me prender.
Passei a noite em claro, virando de um lado para o outro da cama, por sorte não iria haver aula no dia seguinte por conta da festa marcada para a noite, como todas as salas estavam ocupadas com diversos objetos que serão ser usados ficou certo de que seria dado como dia letivo
Segunda-Feira 31 de Outubro de 2022
Diante do espelho do meu quarto, via minhas olheiras de uma noite não dormida, parecia que eu estava mais 30 anos mais velho, por mim não iria para a festa, por que eu tinha certeza que algo iria acontecer, se Alfredo não aprontou nada até esse horário, tinha certeza que faria na hora da festa.
Pensei em me fantasiar de alguma coisa ou alguém para que ninguém me reconhecesse, só que ai eu iria estar me escondendo de mim mesmo. Isso não era o correto, tenho consciência do meu ato, sei o que fiz e se tiver que pagar por ele. Peguei a chave do carro sobre a mesinha de cabeceira e sai.
Alguns carros e motos estavam estacionados na longa alameda de frente para a escola, muitos alunos chegavam fantasiados, do lado de fora ouvia música Thriller tocar estridente dentro do local, o céu negro com o quarto minguante brilhando timidamente, as palmeiras moviam lentamente com o vento quente e ligeiro.
Entrei na escola totalmente caracterizada com adereços do tema, as luzes em cores vermelho, azul, neon e roxo dava um ar de mistério, de repente sinto uma mão tocar meu ombro e me assusto com a voz falando.
— Gostosuras ou Travessuras?
Virei subitamente e dei de cara com Caio fantasiado de Vampiro lembrava até a que usei quando estava na 8ª série, Caio ficou espantado por causa do meu susto que o pegou desprevenido e falou sem entender:
— Nossa! Professor não imaginava que o senhor iria se assustar com o toque de minha mão em seu ombro.
Sorri disfarçando o meu temor e para ele não perceber respondi tentando entrar no clima.
— Travessuras. Caio travessuras, eu quem te preguei uma peça!!
Ele sorriu e me olhou de cima a baixo e falou num tom mais leve.
— Achei que viria fantasiado, não veio por quê?
Respondi engolindo em seco enquanto começava a caminhar com ele pelo corredor cheio de pessoas fantasiadas de monstros e seres bizarros.
— Essa fase de fantasiar passou, não é mais para mim, vim por que sou o professor de arte e cultura e tinha que estar aqui para tomar nota de todos os presentes e, pode ter certeza Caio gostei da fantasia, a última vez que participei de um Halloween me vesti de vampiro também.
Rapidamente Caio se despediu de mim indo atrás de outra pessoa fantasiada de vampiro, continuei observando tudo e procurando por Alfredo, era meu maior temor naquele momento.
De repente todas as luzes se apagam e gritos histéricos das meninas ecoam por todo local, uma voz fala pelo microfone pergunta há todos:
— “GOSTOSURAS OU TRAVESSURAS?”.
Todos respondem em uníssono.
— TRAVESSURAS!!!
Aquele breu me deixou agoniado, não conseguia ver ninguém a luz neon foi ligada e flash rápidos de luzes negra e vermelha são lançadas em todas as direções, procuro pelo dono da voz e vejo alguém fantasiado do palhaço It, ele segurava o balão vermelha na mão e recordo do pesadelo que tive, principalmente quando tento me mover e não consigo, olho para meus pés, mas nada me impede e isso me deixa aliviado.
Outra vez as luzes se apagam e, uma música de filme de terror começa a tocar, reconheço o toque e a voz vibrante começa.
“1, 2, Freddy está vindo para você! 3, 4, melhor trancar a porta! 5, 6, pegue o seu crucifixo! 7, 8, melhor ficar acordado até tarde! 9, 10, você nunca mais vai dormir de novo!”
Corro em direção ao vestiário masculino, aproveito os flash’s de luz para me guiar até o local, o local está escuro também não ligo a luz justamente para que ninguém me encontre, vou andando e paro alguns metros e vejo Caio de frente a pia se olhando no espelho, e lembro-me de mim no passado olhando-me no espelho quando de repente Fred entra.
Balanço a cabeça para poder desprender-me do passado, mesmo revendo e revivendo tudo nessas últimas semanas, ouço passos e me escondo numa cabine, sento no sanitário e coloco os pés para cima pra que ninguém os veja nem mesmo pela sombra, outra vez escuto a música:
“1, 2, Freddy está vindo para você! 3, 4, melhor trancar a porta! 5, 6, pegue o seu crucifixo! 7, 8, melhor ficar acordado até tarde! 9, 10, você nunca mais vai dormir de novo!”
Engulo em seco e prendo a respiração, reconheço a voz sendo a de Alfredo, e ouço a de Caio.
— Cê sabe o quanto gosto de você Alfredo, mas essa sua insistência está um saco, assim não vai dar, não vou conseguir ficar relaxado.
Alfredo fala com desprezo e ao ouvi-lo falar meu estômago começa a embrulhar.
— Pra mim tanto faz Caio, não estou nem ai pra esse seu cu, eu já comi o do professor Erick, e pra lhe ser sincero, ele faz tudo muito gostoso, é um veadão da porra, virei ele do avesso ontem, soquei forte e ele ainda tomou a minha porra, coisa que você nunca fez seu veado fake.
Ouvi um empurrão e alguém cair no chão, me pendurei na mureta e vi Alfredo caído, Caio estava por cima dele e o ouço falar com raiva na voz.
— Como assim seu Filho da Puta? Você comeu o professor, nem me falou que ele curtia. Sabe o quanto eu te amo, só queria um tempo pra me entregar a você, tudo isso é muito novo para mim.
Alfredo rebate o murro e Caio cai também, eles ficam rolando no chão um batendo no outro, Alfredo está fantasiado de Jason Voorhees, porém está sem a máscara, vejo Caio vir por cima de Alfredo e bater a cabeça dele no chão.
Lembro-me da minha briga com Fred, era como se tudo estivesse acontecendo ali na minha frente outra vez sem a intervenção de ninguém, Alfredo fica imóvel por um instante e Caio deita sobre o peito dele chamando-o.
— Alfredo seu veadão acorda pau no cu, sei que você está de zoação, eu te amo porra, quero dar pra você, para de palhaçada macho. Acorda Alfredo!!!
Caio soca o peito de Alfredo diversas vezes seguidas, num súbito momento ele ergue sentando-se com falta de ar, os dois ficam se olhando por um longo tempo e ouço a voz rouca de Alfredo falar.
— Seu marginal do caralho, tá louco maluco? Sabia que o filho da puta do Erick matou meu irmão, ele é o assassino, o puto me confessou ontem depois que fodemos agora é meu dever vingar a morte do meu irmão.
Acabo me desequilibrando e caindo dentro do reservado fazendo a porta se abrir, meu pé direito ficou preso dentro do sanitário, os dois levantam-se do chão e me veem ali sem conseguir sair.
Alfredo me olha com muita raiva e fala com a voz mais grave do que eu conhecia.
— QUE BOM QUE OUVIU O QUE EU FALEI SEU ASSASSINO FILHO DA PUTA, VOU ACABAR COM SUA RAÇA!!
Mesmo com o pé dentro do sanitário eu o empurro para tentar sair, Caio me segura pelo colarinho da camisa me impedindo, Alfredo volta mais agressivo e me esmurra acertando meu maxilar e meu olho esquerdo.
Fraquejo e vou de encontro com o cano da caixa da descarga que cai sobre minha cabeça me molhando, os dois riem e ficam me puxando até conseguirem tirar meu pé de dentro do sanitário deixando meu sapato dentro, eles me arrastam para fora e me levam ao fundo do vestiário.
O som continuava alto no pátio abafando tudo o que acontecia no vestiário, às luzes de fora da escola iluminam pouco o local. Percebo que a cabeça de Alfredo está sangrando, grito para ele tentando alerta-lo do corte, porém ele estava insano, assim como Fred quando veio para cima de mim.
Jogando-me no chão, Caio prende meus braços com suas mãos, Alfredo abre o zíper da calça puxa o pau duro para fora e vem em minha direção, grito ainda mais alto tentando me soltar dos braços de Caio, mas o medo me consome e fecho os olhos por que sei que irá acontecer novamente.
Alfredo tira meu cinto, abre o botão com tanta força que sai rolando pelo chão escuro, ele puxa minha calça e cueca tudo junto e joga longe, me esperneio na tentativa de não deixá-lo me penetrar, ele segura meu pescoço com uma mão me sufocando e com a outra ele abre minhas pernas jogando agora por cima de mim e montando, sinto seu pau entrar de vez dentro de mim.
Começo a chorar e pedir que ele não continue fazendo aquilo Caio tampa minha boca com a outra mão, Alfredo mete, e mete mas de repente para e eu me entrego a dor que me consome e finjo ter desmaiado.
Ele mexe em mim e continuo imóvel, Caio me solta e me sacode, minha respiração está contida, os dois se afastam e começam a chorar desesperadamente, ouço Caio falando sussurrando.
— Nós o matamos, ou melhor, você matou. Você se tornou um assassino e eu sou seu cúmplice.
Reergui-me devagar e fiquei vendo Alfredo ajoelhado movendo o corpo pra frente e para trás chorando soluçado enquanto Caio o abraçava, não me movi muito para não fazer barulho, de repente a porta se abre, a passos apressados aparece em nossa frente a pessoa fantasiado de It e fala com autoridade.
— O que se passa aqui?
Reconheço a voz e me dá um alívio, é o diretor Luciano, as luzes são acesas em seguidas, e por fim Alfredo ergue o corpo e fala com a voz embargada.
— Não foi por que eu quis, juro, mas ele foi o causador da morte do meu irmão, eu só queria vingar a morte de Fred do meu irmão.
Outras pessoas aparecem e reajo, e tiro a camisa me cobrindo e falo ainda sem ar.
— Alfredo desculpa muito pelo que aconteceu, não era a minha intenção de ter feito o que fiz, mas ele queria me estuprar.
Alfredo me olha assustado e confuso, alguns alunos se aproximam de mim, e me ajudam a levantar, e continuo falando.
— Agradeço por você não ter ido adiante com o ato monstruoso que você tinha intenção em fazer. Sei que devo pagar pelo crime que cometi no passado.
O silêncio se instala no lugar e de repente o diretor fala.
— Eu sei de tudo o que aconteceu no passado, você Erick nem se lembra de mim por que eu era de outro horário, mas quero que saiba que não foi assim como você acha que foi.
Uma tensão se instala entre mim e Alfredo e nós dois olham diretamente para o diretor e os demais e Luciano continua:
— Fred não foi assassinado Erick ele ainda vive, só não aqui, de fato ele foi encontrado desmaiado quando viram Chavier lhe carregar no colo, em seguida pararam a festa por virem o seu sangue sendo respingado por todo o corredor e ao entrarem no banheiro ele estava desmaiado.
Aquela revelação me deixou sem ar e percebi que Alfredo estava confuso mais do que eu, de repente ele fala.
— E onde está meu irmão por todos esses anos?
Antes que Luciano fale alguma coisa, Fred aparece fantasiado de Freddy Krueger, uma forte dor de cabeça me consome e apago.
Sexta-Feira 31 de Outubro de 2001
Diante do espelho do vestiário masculino eu me olhava sem saber se era uma boa ideia ter ido aquela festa, logo eu que nunca fui de festas, principalmente desse tipo, fui por insistência da família, disseram que eu tinha que me enturmar com os meninos e meninas da minha idade.
Fantasiado de Vampiro com a dentadura de plástico que não se encaixava na boca por que o plástico era de uma qualidade ruim, ouvi de longe passos entrando, não deu tempo de me esconder, por que assim que virei para sair dei de cara com o Fred o cara chato que havia descoberto minha carta e lido no recreio na rádio para que todos pudessem ouvir, ele estava fantasiado de Jason.
Começamos a lutar, a todo custo Fred tenta tirar minha roupa, me puxa pela capa, e me segura entre seus braços, tento me soltar e não consigo, sinto sua ereção firme entre as pernas quando tento me virar de frente, algo o golpeia e ele cai no chão, e eu olho para trás e vejo Chavier fantasiado de Policial e me levanta e fugimos da festa deixando Fred desmaiado no chão.
O ar parece faltar, minha garganta está seca e acordo exausto com minha mãe me chamando dizendo que estou atrasado pra chegar à escola.
FIM
Esta é uma obra de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade.
#Direitos autorais reservados. Proibidas sua reprodução, total ou parcial, bem como sua cessão a terceiros, exceto com autorização formal do autor. Lei 5988 de 1973#
®Erick Clark Oficial™



Comentários