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A VINGANÇA DO MASCARADO - Part I

  • Foto do escritor: Erick Contos Gays
    Erick Contos Gays
  • 28 de out. de 2022
  • 8 min de leitura

Atualizado: 6 de ago. de 2024


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Sexta-Feira 28 de Outubro de 2022


DIAS ATUAIS


A noite estava infernal e o calor insuportável não me deixava dormir direito, virei-me diversas vezes na cama procurando um jeito de dormir, em fim encontrei uma posição confortável e peguei no sono.


O passado ressurgia na minha frente me fazendo reviver todo aquele terror da noite do Halloween na escola, algo estranho e perturbador me assombravam, mas eu não tinha 18 anos. Tentei me mover, porém não conseguia, de repente ouço a voz perturbadora de Fred trajando a fantasia do Jason.


“Veadinho, bichinha... eu vou te comer!! Eu vou te comer aqui”


A todo custo eu tentava sair daquele banheiro e não conseguia, queria gritar, pedir ajuda só que não tinha voz. Eu sentia Fred aproximar-se cada vez mais de mim, sua respiração, o cheiro de bebida aquela voz grave continuava a me provocar, mesmo fantasiado do personagem do filme Sexta-Feira 13 ele cantava a música do filme Hora do Pesadelo do Freddy Krueger.


“1, 2, Fred está vindo para você! 3, 4, melhor trancar a porta! 5, 6, pegue o seu crucifixo! 7, 8, melhor ficar acordado até tarde! 9, 10, você nunca mais vai dormir de novo!”


Aquele peso em cima de mim me sufocando, parecia que eu estava encimentado­ no chão, olhei para todos os lados e tudo era a mesma coisa, como uma parede espelhada para tentar me confundir.

Por um instante tomei consciência e percebi que era um pesadelo e criei forças para lutar contra aquilo, eu sabia que Fred estava morto e que eu tinha feito para me defender dele e comecei a gritar.


— ISSO NÃO É REAL! ISSO NÃO É REAL! ISSO NÃO É REAL!


Abri os olhos atordoado tentando me mover, mas a paralisia do sono me prendia, meu coração acelerado parecia que ia saltar do peito ou sair pela boca, minha respiração ofegante me deixava louco, a boca estava seca, não tinha a quem pedir ajuda o jeito era me acalmar, comecei a orar de repente escuto passadas vindas de fora do quarto.


Algo como corrente era arrastada no assoalho, talvez fosse efeito da paralisia. Um ruído estridente como se esbarrasse em algo de metal e ouço a voz cantando, desta vez parecia ser muito mais real.


“1, 2, Fred está vindo para você! 3, 4, melhor trancar a porta! 5, 6, pegue o seu crucifixo! 7, 8...”


Finalmente consegui me libertar e acordar de tudo aquilo, olhei para o relógio ao lado em cima do criado-mudo e marcava 06h30, pulei da cama e entrei no banheiro para tomar banho, era meu primeiro dia de trabalho como professor de artes na escola que me aterrorizou no final do ginásio.


Ao chegar à entrada, observei as mudanças que fizeram ao longo dos anos, ficaram bem melhor, principalmente as salas de aula com ar-condicionado e carteiras acolchoadas, quadros brancos pra serem usados com pincéis, ou seja, muita coisa havia mudado para melhor atender as crianças e adolescentes.


Enquanto o diretor ia mostrando as instalações, lembranças pairavam em minha cabeça, a ansiedade chegou e ficou perto de mim.


Chegamos à porta do vestiário masculino, assim como as demais dependências, o banheiro também tinha sido reformado e nada mais lembrava o antigo ambiente, mas na minha cabeça era como se estivesse tudo do mesmo jeito.


Fiquei por alguns minutos preso na recordação do passado revivendo o meu sofrimento naquele lupin infernal, fui despertado com o toque no meu ombro esquerdo, me assustei fazendo o diretor se assustar também e perguntar curioso.


— O que houve o que te fez assustar?


Balancei a cabeça tentando esquecer a recordação ruim e falei que tinha sido um devaneio, ao mesmo tempo algo que me fez recordar quando havia estudado lá.


Ao me ouvir falando que já tinha estudado naquele local, o diretor se interessou e quis saber mais, mas mudei de assunto e saímos do banheiro voltando para as salas que eu iria lecionar, era para alunos da sétima e oitava série do ginásio.


Fui apresentado aos alunos, eram jovens entre 13 e 17 anos todos entusiasmados com a minha chegada e ficaram mais felizes por saberem que eu tinha feito parte do passado da escola, a primeira sala que eu iria ficar era a 7 ª A, a turma me recebeu com grande euforia principalmente por ser numa sexta-feira e faltavam 3 dias para o Halloween.


Um dos alunos me informou que eu iria ser responsável pela organização da festa, ele fazia parte do grêmio estudantil e responsável pela parte de cultura.


Ao saber, um mal-estar tomou conta de mim, uma vontade grande de vomitar subiu pela garganta e sem conseguir falar nada corri em direção ao banheiro dos alunos.


Enfiei a cabeça no vaso sanitário e deixei sair tudo o que me fazia mal naquele momento, comecei a ouvir vozes ao meu redor.


“Viadinho, bichinha... vou te comer aqui!! Fred está vindo para comer você! 3, 4, melhor trancar a porta!”


Ajoelhado no chão sem reação para erguer a cabeça fiquei esperando aquela voz que continuava a persistir naquela musiquinha, uma mão tocou meu ombro direito me assustando novamente, era Alfredo o aluno que me deu a notícia e alguns outros que estavam próximos a porta do reservado, ambos estavam assustados por me verem daquele jeito, ele olhou para mim com ar de preocupação e perguntou:


— Está tudo bem professor?


Olhei pra ele com lágrimas nos olhos devido à força que fiz para provocar o vômito e falei, me recompondo, levantei com sua ajuda.


— Sim, estou bem, foi apenas um mal-estar, me desculpem pelo transtorno.


Fiz tudo para não deixá-los abalados a me ver naquela situação os levei de volta para sala de aula, eu precisava me conter senão iria enlouquecer no meu primeiro dia de trabalho como professor, logo eu que nunca tive esse problema em outras escolas que passei.


Ao final das aulas ficou combinado que nos dias seguintes os alunos iriam para a escola ajudar a organizar a festa para a segunda-feira, me dirigi para onde tinha deixado o carro estacionado, enquanto andava ouvi Alfredo me chamando, olhei para trás e o aguardei até me acompanhar.


Ele era um jovem de seus 17 pra 18 anos que começava a desabrochar um belo homem que seria quando estivesse na fase adulta, corpo de proporções definidas típico garoto que faz as meninas suspirarem por ele.


Chegamos ao meu carro, Alfredo estava eufórico de ansiedade pela festa na segunda, falou que nos anos anteriores a festa sempre era sem animação por causa dos professores anteriores, mas tinha certeza que a desse ano valeria muito a pena.


Abri a porta do carro e perguntei se ele precisava de alguma coisa e ele falou que não, que só queria mesmo dizer que estava ansioso pela festa no domingo, perguntei se já tinha a fantasia e Alfredo falou que ainda estava na duvida se iria de Freddy Krueger ou se iria de Jason Voorhees do filme sexta-feira 13 como o irmão dele que não conheceu, Alfredo falou que nasceu três anos após a morte do irmão. Sua mãe ainda sofre bastante pela morte do seu filho e que os problemas que ela tem é por causa de distúrbios causados por complicações no parto e no pós.


Ouvi-lo falar, foi como se eu levasse um golpe de machado no peito, engoli em seco, mas não perguntei o que havia acontecido com seu irmão, entrei e sentei no banco ajeitando os retrovisores, Alfredo não parava de falar e mencionou por alto o ocorrido sobre a morte do irmão.


Minhas mãos começaram a suar ao ouvi-lo falar com amargura e rancor na voz.


— Pelo que sei professor, meu irmão era um rapaz bom, não fazia mal a ninguém, não merecia ter sido morto como foi.


Alfredo falava e juntava-se baba no canto da boca de acordo que ia soltando as amarguras, ele segurava com força a parte superior da porta.


— Sei que nunca foi descoberto o autor do crime, ninguém ficou sabendo quem foi nem como foi apenas encontraram seu corpo caído no chão, o corpo ensanguentado com o cabo da vassoura quebrado ao lado. Quando tomei conhecimento do ocorrido e comecei a entender, jurei a mim mesmo que quando ficasse de maior iria vingar a morte do meu irmão colocando o seu assassino no devido lugar dele.


Olhei pra ele apavorado, ele confessava a mim o que iria fazer comigo quando descobrisse, tentei apaziguar a situação e falei desviando o olhar de seu rosto e falei.


— Você é um garoto bom, não deve guardar tanta mágoa e rancor assim, a pessoa que fez o que fez talvez nem deva mais estar entre nós.


Ele falou soltando a porta e limpando a boca com as costas da mão direita.


— Espero mesmo que esse assassino tenha morrido e esteja pagando por seu crime no inferno.


Fiquei apavorado, como podia um garoto que anteriormente parecia ser a melhor pessoa de se conviver e agora demonstrava ser pior do que o irmão.


Liguei o carro e falei que tinha de ir embora, só assim o fez voltar ao normal e se recompor se despedindo de mim cordialmente.


No meio do caminho de volta para casa, voltei a reviver aquela noite que me tornei um assassino, que tirei a vida do cara que queria me estuprar por eu ser homossexual, mas que culpa tenho em ser gay? Não tenho culpa alguma, afinal não escolhi gostar de homem, só nasci assim.


Agora a voz de Alfredo narrando o ocorrido e, a voz de Fred me chamando de viadinho ficou me atormentando todo o caminho, dei graças a Deus em chegar à minha casa.


Eu não conseguia acreditar que aquele jovem tivesse coragem de fazer tamanha barbárie, até por que o único defeito do irmão dele era ser homofóbico e encrenqueiro com os mais fracos como eu era na adolescência, fora isso ele não era um psicopata como seu irmão estava demonstrando ser.


Por trás daquela aparência de rapaz bondoso e prestativo tinha um lado cruel e maligno, procurei ocupar minha mente com outras atividades até chegar a hora de ir dormir, não imaginava que ocupando a mente com outros afazeres iria me fazer tão bem depois de duas semanas atormentadas por aquele pesadelo de lupin infernal.


A noite estava agradável nem tão quente como na noite anterior, um vento ligeiro e refrescante entrava pela janela do quarto escuro fazendo as cortinas voarem, dei graças a Deus que o sono estava vindo e que não iria passar horas e horas bolando de um lado a outro da cama esperando o sono vir.


PESADELO


“A escola estava toda enfeitada com decoração do tema do Dias das Bruxas, estou do lado de fora fantasiado de It A Coisa, a lua cheia brilhante e gigantesca no céu iluminava a noite estrelada, o som alto tocando Thriller de Michael Jackson alunos em geral chegam animados em meio a euforia do momento, me cumprimentam sem me reconhecer, estou segurando a bola vermelha com a mão direita vejo Alfredo vir em minha direção fantasiado de Freddy Krueger, ele se aproxima de mim mostrando as garras e cantando a música que sempre me atormentou, puxo ele para o canto e revelando quem sou e confesso que tenho medo do Freddy por causa do filme, ele rir, estoura o balão com a ponta do dedo anelar e entra na escola. Tento me mover e não consigo ao olhar para os pés, tem uma bola de aço de 100kg me impede de andar, grito e peço ajuda, mas ninguém da a mínima para mim como se não me vissem. Vejo Fred chegar fantasiado de Jason ele vem abrindo o zíper da calça e colocando o pau duro para fora e fala com muita raiva que vai me foder até tirar minha vida, que o lugar de viados igual a mim é no inferno, ele me agarra rasgando minha fantasia e descobrindo que estou sem cueca, ouço uma gargalhada e vejo Alfredo e Chavier o rapaz para quem escrevi a carta de amor, eles estão nus e excitados também, Alfredo me faz ajoelhar e os três me obrigam a mamá-los...”


Acordei molhado de suor, atordoado com aquele pesadelo, meu corpo todo tremia, levantei da cama e fui até a cozinha tomar um copo d'água, voltei para a cama e fiquei lembrando da parte do pesado que via Chavier excitado segurando o pau e me obrigando a chupa-lo, com essa visão na minha mente bati uma punheta e gozei gostoso adormecendo em seguida, não me importei de ter me melado de gala apenas precisava dormir tranquilo.


Continua...


Esta é uma obra de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade.


#Direitos autorais reservados. Proibidas sua reprodução, total ou parcial, bem como sua cessão a terceiros, exceto com autorização formal do autor. Lei 5988 de 1973#

®Erick Clark Oficial™

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